sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Charles Bradley feat Menehan Street Band


Charles Bradey nasceu pobre em Brooklyn, NY há 63 anos. Viu um concerto de James Brown que mudou a sua maneira de encarar a vida. Saiu das ruas, começou um programa do governo para arranjar emprego como cozinheiro. Começou a actuar em bares e os seus colegas foram chamados para o Vietname. Trabalhou como chefe em Maine, NY num asilo psiquiátrico, no Alaska, Canadá e Califórnia (para onde foi de boleia com um tipo que lhe disse que tinha morto a mulher e filhos). Às tantas desistiu de andar às voltas e voltou para junto da família para Brooklyn e o sobrinho matou o seu irmão ao tiro. Nunca se esqueceu da música, e após anos de esforço conseguiu um contrato com a Daptone Records, a editora que tem feito um excelente contributo para manter o Soul vivo, já que a Motown após comprada pela Universal, hoje em dia só lança Hip Hop manhoso à la Nelly, Nicky Minaj, Akon etc.

A banda que gravou o album com Charles Bradley é um colectivo composto por membros dos Antibalas, dos Sharon Jones & The Dap Kings e dos Budos Band, que mistura sons do funk, soul e do afrobeat com tendencias modernas. Têm um excelente album de instrumentais de 2008, que hei de pôr aqui também.

Nste espantoso trabalho de estreia de Charles Bradley ele canta de amor e paixão, do sofrimento, das dificuldades que passou, de como é difícil singrar na sociedade americana para alguém sem posses e oportunidades. Tem uma voz sonante e profunda, timbre estrondoso e arrebatador e os Menehan Street Band dão um acompanhamento fantástico como esperava. O título do album, No Time For Dreaming, é alusivo a isto, já que o tempo em que Charles Bradley sonhava que poderia um dia ganhar a vida a cantar já passou, agora é a sua altura de celebrar e espalhar o charme da sua voz e mensagem.

Infelizmente nesta tour não vão actuar em Portugal, mas para o Silva, o irmão do Mike e o Cardim fica a recomendação de os irem ver às terras baixas no dia 18 de Fevereiro a Utrecht e no dia 19 a Amsterdão.




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