quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Janelle Monäe

Metropolis The Chase - Suite I:




The ArchAndroid - Suite II & III:



Tenho estado numa de hip hop nesta semana, portanto deixo aqui o trabalho da Janelle Monäe. É uma senhora de 24 anos com um penteado algo peculiar que denominaria de Presley-Afro e que faz música dificilmente enquadrável em géneros restritos. Tem imenso talento e é um dos artistas fora do rock alternativo/indie que me deu mais prazer acompanhar desde 2008.

O EP e o LP editados são uma viagem conceptual conjunta em 3 actos a um universo futuro com inspirações no classico Metropolis de 1927 escrito por Fritz Lang, em que uma andróide tenta combater a estratificação social enquanto dança. Não parece a ideia mais apelativa, mas está muito bem executado, como seria de esperar dada a qualidade de produção de Big Boi (1/2 dos Outkast). As sonoridades vão desde o Hip Hop ao R&B, do Pop dançável ao Rock, do Funk ao clássico americano da 1ª parte do século XX.

Para verem o meu single preferido no tubo, carreguem aqui.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Omega

Derivado do alargamento das minhas fronteiras musicais, e através de um filme de bikes descobri as músicas deste senhor, que é produtor e DJ de dubstep.

Para quem aprecia o género deixo aqui dois links de Youtube e o site dele. Eu estou convencido

Cocorosie - WereWolf

The Beatles - Come Together


Site Oficial

sábado, 16 de outubro de 2010

Mark Kozelek - Little Drummer Boy Live

CD1

CD2

Continuando no Mark Kozelek. Little Boy Drummer Live é um duplo ao vivo de 2006. gravado em meia dúzia de locais diferentes. Basicamente é só o Mark e o ex-guitarrista dos Red House Painters a interpretarem canções do próprio Mark e dos Sun Kil Moon (que, como já expliquei no post anterior, acaba por ser tudo a mesma coisa!), e também Red House Painters. Pelo meio há duas ou três versões, sendo uma delas a Rock 'n' Roll Singer dos AC/DC, e outra o tema natalício que dá nome ao álbum.

Para mim não é o melhor registo ao vivo do Mark mas é o mais completo, apesar de só ainda ter duas músicas do April e nenhuma do Admiral Fell Promisses. Exite um "Bónus LP" do Tiny Cities onde o ambiente é o mesmo, mas o rapaz torna a coisa um pouco mais animada!

Sun Kil Moon - Admiral Fell Promises

Este é o último álbum (até à data), já deste ano, dos Sun Kil Moon. Sun Kil Moon é o nome do último projecto de Mark Kozelek, que vai estar este fim de semana no festival Sintra Misty, e é disto que estou à espera de ouvir. Contudo este tipo já fez mais umas quantas coisas, sendo mais conhecido por ter passado a década de 90 nos Red House Painters.

Entretanto fartou-se daquilo e entrou no novo milénio a solo e com um novo projecto, os Sun Kil Moon, e até hoje andam lado a lado. Na realidade não percebo ainda bem qual a diferença entre a banda e o tipo a solo. Começaram ao mesmo tempo numa editora própria (chamada Caldo Verde Records!! ahahah!) e vão lançando álbuns aparentemente de forma aleatória com um ou com outro nome. Ao inicio até foram anunciados os Sun Kil Moon em Sintra, depois a organização veio dizer que afinal era só o Kozelek que vinha em nome próprio, mas no site dos Sun Kil Moon diz que vem a banda para apresentar este álbum que, ao contrário dos outros, é constituido praticamente só pela guitarra e voz do Mark... enfim, não percebo.

Assim este é o álbum mais "introspectivo". Não que os outros sejam completamente a abrir, mas têm outra dinâmica, são mais produzidos. O Admiral Fell Promises contempla a faceta mais pessoal do cantautor. Em álbum não é das coisas mais animadas (a doce melancolia...) para se ouvir em casa, mas deduzo (e espero!) que em concerto funcione muito bem.

Como é óbvio aconselharia qualquer pessoa a ouvir pelo menos a discografia dos Sun Kil Moon. Mas não assim a seco; a melhor maneira é arranjar um álbum, ouvir, apreciar, passar ao fundo, meditar, entranhá-lo, tratá-lo por 'tu', respirá-lo, deixar processar no córtex, instalar-se nos movimentos irreflectidos. E quando terminar, repetir o processo para os outros 3 LP's da discografia.

Fica aqui um exemplo de uma música deste álbum, chamada Half Moon Bay.

Apenas como curiosidade, e porque esta música apareceu no Californication, aqui a Lost Verses do álbum April, que eventualmente terá um dia o seu próprio espaço neste blog.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

The Flaming Lips - Zaireeka


Aproveitando a minha constipação de forma (relativamente) positiva, tenho estado em casa a (re)descobrir muita coisa boa e alguma digamos pouco ortodoxa.

Este album já o conheço há uns anos e não sei se o conceito é mais frito ou fascinante.
Trata-se de uma obra conceptual em 4 discos. Curiosamente todas as faixas dos 4 discos têm o mesmo título. São a mesma música, ou melhor, partes de uma música una, cada uma gravada de forma diferente. A ideia do álbum é reproduzir os 4 discos em simultâneo em 4 aparelhagens diferentes (ou qualquer coisa que reproduza som), dispor as colunas da maneira que mais apetecer e deixar-se emergir. Aliás, a capa do album é uma ilustração disto.

É efectivamente o único album que conheço feito a pensar numa experiência interactiva, em que o utilizador final define a maneira como ouve o album. Noutros albums altera-se o equalizador, brinca-se com o volume e o pitch, mas aqui a intenção é dispor partes da mesma música de n maneiras diferentes no espaço e tentar perceber as diferenças auditivas que daí surgem. Será talvez o equivalente mais próximo do conerto, em que a banda se dispõe no palco com os seus amplificadores e a posição relativa do espectador se vai naturalmente modificando.

Todas as faixas foram gravadas com o conceito de que a soma das partes é inferior ao todo, apelando à experimentação e interactividade. Uma das experiências possíveis seria por exemplo colocar um disco numa aparelhagem de alta fidelidade, outra num rádio de um carro, outra num despertador rasco e o 4º a dar directamente das colunas do portátil.

Agora a pergunta que surge a muita gente (a mim inclusive) é: Será que isto é exequível? Parece demasiado trabalho. Tanto para a banda que poderia ter juntado simplesmente tudo num disco de 8 faixas e poupar muito dinheiro, como para o consumidor final, que terá de arranjar 4 dispositivos de som e activar a reprodução dos discos simultaneamente (que pelo que leio em foruns é uma chatice dos diabos). Efectivamente os Flaming Lips não são uma banda que aprecie a facilidade. Complica a sua vida intencionalmente, com o intuito de a complicar também para os fãs, para que estas tenham uma experiência mais imersiva. Assim cada um pode ter a ilusão de que é um técnico de som dum estúdio de produção. E tenho opinião dividida se isto é algo de valor ou não. Já juntar 2 telemóveis a dar a mesma espuncalhada simultaneamente num memorável jantar na Cantina Velha há tempos foi algo complicado, quanto mais isto.

Este conceito não veio do ar. A banda começou por volta de 1996 a dar concertos em parques de estacionamento, espalhando K7s pelo público e pedindo que as reproduzissem em simultâneo nos seus rádios. A tour para promover o album teve o título de Boom Box Experience, em que a banda trazia as suas boom boxes para distribui-las pelo público, instruindo partes da plateia ao longo do evento a baixar ou diminuir o som.

Para colmatar dificuldades logísticas associadas à devida percepção da obra, a comunidade tem sugerido que se façam Listening Parties em que se junta um grupo de amigos para curtir a experiência.

Até hoje nunca surgiu ter participado em tal experiência nem me dei ao trabalho de o fazer em casa com os portáteis e tinha uma impressão algo céptica quanto ao album, sendo mais uma curiosidade do que algo realmente apetecível. Ouvir o album um a um, faixa a faixa é ingrato, estranho e irritante. Isto também dividiu imenso a crítica da especialidade, sendo o album que conheço com cotações mais díspares. Recebeu 10 do New Musical Express e da Pitchfork levou um glorioso 0.

Contudo, ontem arranjei um Stereo Mixdown do album, em que alguém reproduziu o album de forma devida e gravou o resultado. E isto sim, é uma experiência agradável. Rock Psicadélico como ele dever ser. O Mixdown não é certamente aquilo que a banda pretende, mas é uma ideia muito aproximada, que serve para uma utilização diária muito satisfatória. Preparem-se para fritaria das grandes. A título de exemplo a lírica da 4ª faixa The Machine in India, com duração de 10min23seg e sons dissonantes:

I'm goin' to India over and over again.
I'm standin' in a cylinder,
Seein' all the bleedin' vaginas.
I feel it now comin' over me so I strive to love the Messiah.
I'm goin' to India over and over again.
I'm rushin' to the nearest station,
Feet and hands collide with the driver.

All I that I think, all I thought and all I know the Syrian missile guides itself into the vaginas.
I'm goin' to India over and over again.

The Walkmen - Lisbon


Os autores da Thinking Of A Dream I Had têm album novo.

Tem o nome da capital lusa, já investiguei mas ainda não percebi a razão. Mesmo a faixa com o mesmo título não me apresenta pistas relevantes. Suponho que seja por causa do sol, ou do castelo. Ou talvez seja algo relacionado com um clube de futebol da capital? É que existe uma canção denonimanda Victory - carrega!!!

Apenas uma música não tem absolutamente nada a ver com Lisboa: While I Showel The Snow - a única vez que me lembro de nevar em Lisboa foi a 29 de Janeiro de 2006 e não foram certamente precisas pás para desobstruir a via pública.

Mas para além de despertar o interesse imediato a qualquer um familiarizado com a localidade, de que serve isto ao apreciador de boa música caso o album não soe a grande coisa? Contudo, à excepção da 5ª faixa - Stranded - que nalgumas partes tem uma semelhança exasperante com a Fields of Gold do Sting, recomendo o album vivamente.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

The Soundtrack Of Our Lives

Esta banda sueca faz britpop como os Oasis nunca foram capazes. Também se aventura no chamado rock alternativo (que hoje em dia é uma miscelânea enorme) e no rock psicadélico. Tanto se assemelham a uma banda inglesa dos anos 90 com sons pujantes e profundos como noutras faixas se encaixariam perfeitamente na banda sonora de um filme da Sofia Coppolla com dreampop sonhador à la Beach House e Air. Comparar Infra Riot e Broken Imaginary Time do album Behind the Music.

O vocalista inicialmente fez parte de uma banda punk, os Union Carbide Productions. Algo desconhecidos na época, chegaram a ser aclamados pelos Nirvana e outras bandas conhecidas da altura. Passados uns anos aprendeu a cantar e alterou a vestimenta, parecendo hoje em dia um hippie balofo.

Descobri os The Soundtrack Of Our Lives há 3 ou 4 anos, e até agora tinha sido impossível arranjar alguns albuns na net ou mesmo nas lojas de discos. Mas mantive a esperança, pois com a internet tudo o que é soberbo acaba por se espalhar. E assim foi, com a popularidade crescente da banda, começaram também a proliferar os posts e albuns distribuídos. E hoje consegui finalmente juntar a discografia, que vos deixo então aqui.

1996 - Welcome to The Infant Freebase


1998 - Extended Revelation for the Psychic Weaklings of Western Civilization


2001 - Behind The Music


2004 - Origin Vol. 1


2005 - A Present From The Past (Compilação com algumas músicas não publicadas)


2008 - Communion


2010 - The Immaculate Convergence EP

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Future Places 2010

Curated by Heitor Alvelos, Karen Gustafson and Bruce Pennycook, FUTUREPLACES 2010 is a meeting of people with one question in mind: if digital media can do so much for global communication, knowledge and creativity, how can it contribute to local cultural development? October 2008 marks the start of this challenge. After the success of prior editions in 2008 and 2009, where we surveyed current successful projects from very diverse backgrounds and fields of knowledge, and rehearsed strategic approaches, we will dedicate FUTUREPLACES 2010 to long-term thinking.

FUTUREPLACES takes place in Porto, Portugal, where the challenges and potential of digital media to transform the social and cultural fabric are very evident. Join us for a week of exhibitions, films, performances, concerts, lectures, parties and workshops – and bring your ideas and your stories!

RadioFutura will be the place to find this intersection in the radio space, directly on your receiver at 91.5MHz in Porto or listening online.

+info here

sábado, 9 de outubro de 2010

Google Doodle - Lennon

Spiritualized


Há tempos revi o Vanilla Sky, adaptação de Cameron Crowe do filme Abre los Ojos de Alejandro Ameanabar, e fiquei novamente impressionado com a qualidade da sua banda sonora.
Tem participação dos Radiohead, Bob Dylan, Rolling Stones, Underworld, Afrika Bambabataa, Chemical Brothers, Sigur Ros, Peter Gabriel, Thievery Corporation, John Coltrane, etc etc etc
Vi o filme na minha casa em VHS em 2002 e a banda sonora causou-me tanto fascínio que copiei todas as músicas que aparecem ao longo dos 136 minutos à mão do genérico final para um pedaço de papel e passei uns bons dias procurando e sacando cada musica uma a uma do emule.

Passados vários anos, para além de todas as bandas que referi e continuo a ouvir, há uma que me tem chamado especial atenção, os Spiritualized que participam com a faixa Ladies and Gentlemen We Are Floating in Space do album homónimo. É uma formação inglesa de spacerock de sons etéreos e harmoniosos. Como diria o agora treinador da selescção portuguesa tocam com calma e tranquilidade. Excelente para apreciar nestas tardes chuvosas de início de Outuno.

Deixo-vos aqui a compilação Complete Works Volumes I & II.

domingo, 3 de outubro de 2010

Oquestrada - Tasca Beat 'O Sonho Português'


Fui assistir à Incrível Tasca Móvel, no Rossio (Lisboa), a propósito das comemorações nacionais do centenário da primeira república. Já tinha referido este evento aqui.
Isto é um projecto dos Oquestrada, banda portuguesa que vai buscar aquelas coisas tradicionais da música portuguesa, muito animado e isso (mais uma...). Mas a Tasca Móvel é giro: recria-se um ambiente de convívio, tipo tasca claro, onde vão desfilando umas bandas animadas, intervaladas com pequenos trechos de teatro cómico (felizmente pequenos e a solo, senão pareceria uma revista!), com vinho tinto e sardinha assada, com o típico fado à desgarrada, e passadas 3 horas tudo termina em festa com o concerto dos Oquestrada. Geralmente paga-se 5€ por isto tudo, mas hoje foi à borla.
De qualquer maneira vale a pena ir lá nem que seja para ver qualquer coisa diferente, mudar de ares.

Durante o concerto dos Oquestrada a vocalista fartou-se de falar! Falava muito, o que me chateou um bocado com toda aquela "vitimização": «e isto só se faz com trabalho e em 8 anos só temos um disco e ninguém nos liga nenhuma e não promovem o nosso álbum em Portugal e...»

Ora, a moça claramente queixa-se que o disco é dificil de encontrar, pelo que decidi ajudar e torná-lo um pouco mais acessível!

A cereja no topo do bolo foi já no final de tudo, enquanto passam aquela musiquinha para entreter o povo enquanto se afasta. Essa musiquinha foi, em loop, Grossenhosen dos Tipsy, oque me leva a crer que o responsável por isto ouvia o Mensagueiro da Moita! O álbum onde está essa musica mora aqui.