domingo, 2 de setembro de 2012

OqueStrada 01-09-2012

Parvis de la Basilique de Saint-Denis

Pife na Manga, Yasmine Seydi



Um pique-nique mascarado de concerto, ou vice-versa. A ideia parece ter sido a "mairie" de Saint Denis oferecer uma tarde de final de verão aos habitantes. Para isso montaram umas quantas mesas e cadeiras no largo entre a Basílica de Saint-Denis e o edifício da "câmara municipal" lá do sítio.

Criou-se ali um ambiente muito bairrista, as pessoas foram aparecendo a partir das 19h com o próprio farnel, quer em sacos quer em cesto, e para os que não quiseram andar carregados havia duas barraquinhas a vender pastéis caseiros e grelhados. A parte das bebidas estava incluída no bolo oferecido pela organização, com uma banca a distribuir vinhaça, gasosa e coca-colas a quem quisesse.

Enquanto o cenário se ia compondo, num palco improvisado numas escadas iam tocando os Pife na Manga, um grupo de brasileiros que certamente ouviram muito Rão Kyao quando eram mais novos. Este pequeno espaço ia fazendo barulho quando no palco principal não acontecia nada.

Das 19h às 20h foi a "hora de jantar". Nesta hora estava apenas um mete-discos no palco, nada de interessante. Às oito da noite começou então o concerto duma tal Yasmine Seydi com mais 4 tipos a desfilarem clássicos da música da brasileira, que foi desde Tom Jobim até... *cof cof* Daniela Mercury.

Meter brasileiros a abrir é uma aposta excelente. Pode não estar ninguém a ver que eles fazem a festa sozinhos. Neste caso estavam talvez o equivalente a um Fazendas do Cortiço Vs São Manços.

Para as 21h30 estava então programado a grande atração da noite vindos diretamente esta tarde de "Lisbonna" como dizia o apresentador (não sei se não seria também o presidente lá do sitio). Claro, tuga que se preze não ia estar a chegar a horas, até parecia mal. Um atraso de 20 minutos, nada de muito grave, até deu tempo para as pessoas se aprochegarem.

O concerto em si não teve grandes variações ao habitual, a senhora Miranda apresentou-se com um vestido tradicional e um não menos tradicional... casaco de cabedal! Os discursos foram todos em francês-emigrante, mas ganha o prémio pelo esforço. Lá vieram as conversas que estão a empurrar os jovens para fora de Portugal e que Lisboa é muito bonita mas eles preferem a margem sul. "Pragal, ça fait mal".

Para o final, o tradicional encore com o pessoal animado a gritar "plus une, plus une". E eles lá voltaram, cantaram, agradeceram à Cristina ao Manel e ao Tónio, foram-se embora. O povo continuou com o "plus une plus une", e veio o shôr presidente pedir plus une, e plus une eles tocaram. Na falta de reportório, tocaram outra vez a Oxalá e aposto que cerca de 80% dos espetadores não percebeu que eram uma música repetida. Para o efeito também não interessava muito.



Foram-se embora outra vez, e de repente passou-se a ouvir "só mais uma!". E o shôr presidente ficou ali a tentar agradar a população, mas já se estava a fazer tarde e já não houve mais nenhuma.

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